Antes, porém, de entrar na questão da Evangelização da juventude propriamente dita, tratemos de uma palavra que descreve povos, línguas e nações e descreve, hoje, o jovem como alguém distante, como alguém “diferente” das pessoas em geral. Olhando essa expressão não podemos dizer que o jovem de hoje é o mesmo de trinta anos atrás, isso denominamos de “cultura”, em exemplo é que há trinta anos atrás não existiam as mídias digitais, o modo de viver em família era diferente, e muitas outras coisas os diferem dos jovens de hoje, pois hoje quase tudo mudou.
Agora vejamos um pouco mais sobre a Evangelização que situada, neste contexto, ao lado da palavra cultura, significa anunciar, tornar conhecido o Evangelho a certo grupo da sociedade, e ao lado de cultura juvenil podemos dizer que é tornar conhecido o Evangelho, mas não só isso, mas também viver o Evangelho a partir do “grupo” de jovens que forma grande parte de nossa sociedade. Para o Papa Paulo VI no documento “Evangelii Nuntiandi”, a palavra “Evangelizar” significa levar o Evangelho a toda a humanidade, sem distinção e torna-la nova, de dentro para fora como Paulo diz na sua carta aos Gálatas “Eis que faço de novo todas as coisas” (Gal 6,15). No entanto não há como torná-la nova sem ter pessoas novas, com novas mentalidades que iniciassem uma transformação para que os jovens pudessem evangelizar e ser evangelizados, isto é, é necessário produzirmos frutos de conversão. Tomemos como exemplo e como fonte de iniciativas palpáveis o texto de Mateus em seu capítulo 3, versículos de 1 a seguintes. João foi enviado a frente de Jesus para preparar o povo para a vinda do Salvador. E nós usamos muito, nas comunidades e até para explicar sobre Jesus aos jovens essa expressão de João Batista “Convertam-se, pois o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,2), essa expressão chama a uma mudança radical de vida, pois o Reino já chegou, pois o Reino somos nós que construímos a cada dia por meio de nossas ações e do nosso modo de levar a vida. “Façam coisas que provem que vocês se converteram” (Mt 3,8), essas palavras mostram que, como dissemos acima, para que os jovens tenham vida digna, e sejam evangelizados, é necessário mudar a mentalidade de toda uma sociedade que não demonstra vida e sim muito mais preocupação com o lucro e com o individualismo, pois que não se converte: “vai ser queimado no fogo que não se apaga” (Mt 3,12), ou seja, a evangelização não tem um objetivo sobrenatural, mas sim a paz e a vida de todos os povos sem violência “Escolhe, pois a vida” (Dt 30,19). e também um dia quando nós morrermos, merecermos ter parte, não no céu, mas com Deus que no início “viu que tudo era bom” (Gn 1, 31).
Continuamente falamos de qualidade e quantidade, dizemos que não importa o quanto temos, mas sim o quanto somos, e nesse contexto da evangelização, o quanto somos cristãos, em virtude disso o Papa Paulo VI nos diz que, não importa a quantidade de lugares aos quais se anuncia o Evangelho, mas sim as pessoas que, por meio desse instrumento mudam seu jeito de pensar e agir e creem que Deus veio não para nos ver em pé de guerra, mas para salvar (Lc 2,11) os que mostram por suas atitudes que têm fé em Deus, e em algo melhor, isto é, os inconformados com a história de tantas famílias que são jogadas no lixo em virtude do modo de pensar de algumas pessoas. Ao pensar sobre a evangelização juvenil se trata de construir um novo ser humano que, mesmo com 14 ou 15 anos, já tem suas idéias formadas, mais do que isso, evangelizar o jovem é ir ao seu encontro, (um dos fatores que por diversos anos a Igreja falhou), conquistar, por meio de atitudes que devem ser renovadas a cada dia pela Palavra e Eucaristia e ir a fundo não de modo como o verniz que passamos em uma porta, mas para que, o jovem evangelize o próprio jovem é necessário ir além, ir aos sentimentos do jovem e apresentar a Igreja, como o Cristo vivo que se importa com o jovem, e com as pessoas em geral, como antídoto para curar as feridas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário