quinta-feira, 7 de abril de 2011

Cristo tinha necessidade de rezar?


Quando consideramos a vida de Jesus, vemos que Ele passou muito tempo em oração. Ele veio ao mundo, tendo em si mesmo a humanidade e a divindade. O pecado tinha separado o homem de Deus. Cristo veio fazer os dois extremos – divindade e humanidade – se unirem, para unir o que o pecado tinha separado. E como fará isso? O que é essa união entre a humanidade e a divindade? É a oração, é a contemplação. A oração é um contato, a contemplação é uma união.
Durante toda a sua vida Jesus se retira na solidão para orar. No fim da vida, nos últimos dias, passa a noite em oração no Getsêmani. No alto do Calvário continua a orar, e o apóstolo Paulo nos diz que ele subiu ao Céu, que não morre mais, e que está sempre vivo orando por nós (Cf. Rm 8,34 e Hb 7,25-26).
Em Cristo, a Divindade mergulha na humanidade; e a humanidade mesma mergulha na Divindade, por um olhar muito simples, olhar que é o conhecimento intuitivo de Deus, o lumen glorie, do qual gozaremos no Céu. Portanto, a união perfeita: mergulho de Deus, e ao mesmo tempo mergulho do homem em Deus, da humanidade em Deus, pelo olhar muito simples da visão intuitiva.
Porque essa oração de Cristo mergulha em Deus; e aí “em Deus” significa não somente na unidade de Deus, mas na vida íntima de Deus, na Trindade Santa.  O Verbo, em Cristo, contempla e ama a Deus Pai, o Pai ama o seu Filho e dos dois procede o Espírito Santo.
A oração que devemos nós fazer nesse mundo deve ser também oração de união, oração de união com Cristo, que nos toma a seu encargo, que nos quer identificados com Ele. É Ele que nos dá a vida, a sua graça, tudo o que Ele é.
Aí está o nosso dever essencial. Compreendemos então que a oração será para nós uma obrigação, e que Cristo nos ensinou com seu exemplo. Ele dedicou à oração, a esse exercício de união, a maior parte do tempo que passou nesse mundo. Tinha ele necessidade disso? Não. Pois ele tinha a união hispostática[1]. Mas queria instruir-nos com seu gesto, com seus exemplos, com essa atitude, com sua atividade, e ao mesmo tempo que com seu ensinamento.

 [1] Jesus cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O Filho de Deus, segunda Pessoa da Santíssima Trindade, uniu-se a natureza humana, continuando de natureza divina. A teologia emprega a expressão união hipostática, ou união segundo a Pessoa (em grego hypóstase).

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