"Se queres, tem o poder de curar-me".

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,40-45

Naquele tempo: Um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: 'Se queres tens o poder de curar-me'. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: 'Eu quero: fica curado!'No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado. Então Jesus o mandou logo embora, falando com firmeza: 'Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!' Ele foi e começou a contare a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade:ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.

Palavra da Salvação.

                A liturgia deste 6º Domingo do Tempo Comum nos faz refletir sobre a nossa fé, nossas necessidades enquanto seres humanos e a autoridade de Jesus.

                O início do texto central deste domingo já nos mostra um leproso que se ajoelha diante de Jesus e lhe pede a cura, e Jesus fala com autoridade: “Eu quero”. Nós cristãos do mundo moderno e de uma sociedade puramente econômica temos constantemente em nossos lábios esta expressão “Eu quero”. Eu quero comprar um tênis lindo, quero comprar um celular mega tecnológico, eu quero fazer capital, quero lucro. Mas nos esquecemos de perguntar ao nosso coração, à nossa razão se isso é necessário.

                Queremos ter, mas será que queremos ser? Será que queremos ser mais solidários, mais humanos, mais felizes? Enquanto o ter ronda o nosso dia a dia, nós, cristãos, temos que querer ser mais humanos, mais solidários e mais felizes.

                A autoridade de Jesus não era aquela dos mestres da lei que colocavam fardos pedados nas costas do povo, a autoridade de Jesus é aquela que devolve a dignidade às pessoas, devolve o convívio social às pessoas, pois os leprosos eram tratados pelo povo como aqueles que tinham pecado e eram castigados por Deus, ou seja Jesus é o rosto humano de Deus, que é amor, perdão, compaixão,  e nós, cristãos temos que ser, nestes dias marcados por tanta violência, por tanta morte, espelhos do Cristo que curou muitos, mas amou a todos. Jesus dá a cura da lepra, mas também dá a cura ao coração ferido por tantas rejeições.

                 E hoje a maioria das doenças não têm ligação direta com o emocional?  Por isso então, as pessoas se contentam em ter, isto é, tentam satisfazer o vazio do seu coração com coisas passageiras, mas esquecem Daquele que tem autoridade para nos tirar do fundo do poço e nos devolver à vida. Aí entra em questão a nossa fé. Em quem eu creio? Como creio? Por que creio?

                Quando, como Igreja, vemos tanta gente sem sentido de viver, tanto sentimento de rejeição, de ódio, de violência na sociedade, como agimos? A nossa fé nos ensina a ir ao encontro dessas pessoas, estender-lhe a mão, mostrar que dentro de cada um de nós existe Jesus, o mesmo que amou a todos até o fim, mas isso realmente acontece? Onde está o nosso compromisso de, como Batizados, Evangelizar? Está ativo ou está de férias?

                Muita gente reza os “Si queres” de Santo Antonio, quando perde alguma coisa, podemos dizer, Eu quero ser feliz, eu quero ser mais humano, eu quero viver melhor, em todos momentos, é só querer e buscar, o necessário para isso, Jesus

                Nas últimas duas semanas estamos tratando de assuntos muito condizentes com a nossa realidade, mas também com a nossa missão. Primeiro Jesus nos chama a cuidar e valorizar a vida. Depois nos chama à Evangelização, isto é, a anunciar a Cristo com nossas ações. Sendo que, não há melhor e mais simples modo de anunciar o Reino de Deus do que cuidar da vida e valorizá-la, e hoje Jesus nos mostra que é necessário ter fé, isto é, crer sem ver, o que, para muitos, é significado de desconfiança. Para nós há uma simples explicação de quem é Deus, onde Ele está e por que está?

                Quando o sacerdote, na Missa diz:  O Senhor esteja convosco. O povo responde: Ele está no meio de nós, esta é a resposta, mas como podemos provar isso, ao sairmos, da celebração, do encontro de jovens, com o coração, e a fé renovados, para, diante dos acontecimentos da vida. Não esmorecermos e dizermos “Eu quero ser feliz, eu quero ser mais humano, eu quero evangelizar, mas não resta só querer, temos que buscar e encontrar a Cristo, fazendo Dele, não um pronto-socorro, onde só se vai quando é necessário, mas sim o centro de todas as nossas relações, sejam familiares, profissionais, educacionais, enfim, aí tenho certeza, nenhuma doença emocional vai te atingir, pois teu coração crê, e os teu olhos vêem que tudo pode ser mudado, basta um esforço mutuo.

                A fé é um dom pessoal, que recebemos de Deus, cada um tem a sua, mas sua vivencia é comunitária, eu posso rezar sozinho, no meu quarto, mas não posso esquecer da comunidade, da Missa, hoje muito lembramos de rede social, sites, canais de esporte, tudo está cada vez mais fácil, mas, as pessoas estão lembrando que sozinho ninguém pode ser feliz? Quem diz que pode ser feliz sozinho mente, pois até para produzir alimento, para tratar  água, o lixo que produzimos, precisa-se de gente, na maioria das vezes sofrida, mas que também quer ser feliz. Nossa fé é simplesmente crer, mas nossa missão é totalmente anunciar.

                O texto ainda nos lembra que Jesus manda o homem curado se apresentar ao Sumo-sacerdote, para provar a cura, Jesus nos convida a desafiar a realidade, ir além, mostrar que Ele está em todos os lugares, mas precisa ser anunciado, pois a Salvação veio para todos, mas nem todos crêem e a fazem valer construindo um mundo melhor.

                Olhemos a realidade da nossa juventude, uma realidade que, de um lado é de emprego, estudo , futuro garantido e de outro não há oportunidades, há desigualdades e o futuro é incerto, enquanto poucos desfrutam do bem-bom, muitos acabam sendo submersos, afogados pela realidade. O jovem é um ser em construção, está lançando os alicerces, os planos, as metas para o futuro, o jovem também é o apóstolo da novidade, tudo se espera do jovem, mas pouco se aposta no ser chamado “novo”. O documento de Aparecida nos diz que: é indispensável a capacitação dos jovens para que tenham oportunidades no mundo do trabalho, na educação, e evitar que caiam na droga e na violência.

Jovem: A juventude quer viver, unida na fé e no testemunho da Igreja. Começando pelos jovens que, batizados, assumem a sua missão de anunciar Jesus, sendo nos grupos, sendo na Pastoral, nos movimentos: “como discípulos-missionários, as novas gerações são chamadas a transmitir aos irmãos jovens, sem distinção alguma, a corrente da vida que procede de Cristo e compartilhá-la em comunidade, construindo a Igreja e a sociedade.

Jovem, se queres poder ser feliz. Basta lutar e buscar a felicidade que é Cristo

                Jovens, crianças, adultos, povo de Deus, tenham em mente, ser cristão não é uma carga, é um dom. busquemos o Senhor, Ele está  no meio, está dentro, está vivo em nós.

                LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.

PARA SEMPRE SEJA LOUVADO.