Há preocupação com a Evangelização dos jovens à medida que este faz falta à sociedade como um todo, isto é, seja, na vida social, escolar, individual, comunitária e/ou religiosa.
O jovem é um ser em construção, nesta fase da vida, está lançando seus “alicerces”, isto é, está traçando seus plenos, metas e objetivos para o decorrer da sua vida. E dizer que o jovem está lançando os alicerces, tem lá seus, pelo menos, dois significados: o de ser continuidade da família, dos negócios, de ser “alguém” na vida e também de ser presente e futuro da Igreja, mas também, o de ser considerado inexperiente, impróprio, rebelde…, por isso a Evangelização da Juventude se faz tão importante para solidificar os alicerces do jovem num caminho que lhe oferece oportunidades a valorizá-lo como ser humano, mas também com o grande intuito de despertar neste o chamado de Cristo ao Discipulado.
Deus se manifesta no jovem, no seu estilo, na sua vida, nos seus valores, porém isso não pode ser sufocado com o “achismo” de que tudo é, foi e está igual para sempre.
Como no capítulo 5º do Evangelho segundo Mateus, quando Jesus proclama as “Bem-aventuranças”, mostra aos discípulos o anseio do povo, o que o povo estava precisando naquele momento, a libertação, e mostra aos discípulos os prós e os contras de ser cristão, discípulo, decidido. Com o jovem não é diferente, ele quer ser libertado, se libertar e ajudar a libertar tantos outros das amarras sociais, políticas e religiosas, que não o deixam e não o fazem “Bem-aventurado”, apesar de, muitas vezes, estar com suas ações, seu corpo e seu coração, voltados para Deus. E por que acontece isso? a falta de espaço na vida social, a religiosidade (Igreja) fugindo de assuntos perenes à construção dele como ser humano e também de seus problemas propiciam ao jovem a falta de interesse e o não seguimento a Deus na comunidade, no Grupo de Jovens, na Igreja e na vida social e familiar propriamente ditas. Reflexo disso: os números crescentes de violência, as comunidades envelhecidas, pois é reflexo que não há Evangelização da Juventude, a sociedade consumista e muitos outros efeitos que a humanidade vem sofrendo através de vários fatores com o “ser jovem”. Claro que, não podemos tirar a responsabilidade do jovem, pois se isso acontece é porque algo está errado também com o jovem.
Voltando a falar da Evangelização da “cultura” juvenil, isto é, seus costumes, seus estilos, seus modos de ser e de viver, corremos o risco de, ao falar de Deus, implicarmos regras, modos, e jeitos que façam o jovem se distanciar cada vez mais da Igreja e de Deus, e porque não de si mesmo, sim, pois quando nos afastamos de D”EU”S corremos o risco de perder nossa personalidade, e façam-no achar que Igreja, Deus, Grupo de Jovens é coisa de velho ou de santo.
E quanto a isso é necessário dizer que a Teologia do Jovem, que tanto intitulamos, no meu modo de ver, Evangelização não está conseguindo ter “cara e jeito” de jovem, e isso precisa mudar. É necessário aí:
- Dar mais dinamicidade aos projetos
- Mais empenho por parte dos Evangelizadores (assessores, coordenações, leigos…)
- Mais responsabilidades aos Evangelizados (jovens, catequizandos…).
- Menos adultez à Evangelização, por parte de Igreja, partindo de que é necessário acolhimentos, incentivo, e apoio às novas propostas e projetos juvenis, cada vez mais efervescentes a partir da Evangelização Juvenil.
A adultez que falamos acima, a Evangelização sem cara e jeito jovem ocorrem, tanto que, o Sacramento da Crisma, é para muitos adolescentes a solene despedida da Igreja, por que não conseguem enxergar ali algo “maneiro”, algo “massa” para continuar a trilhar este caminho, e grande responsabilidade disso é da mídia, pois novelas, reality shows, e uma infinidade de programas que baixam o nível, conseguem prender a atenção de crianças, jovens, adultos e até idosos, e muitos até acham que, por meio das novelas, se um filho matar seu irmão nada vai lhe acontecer, cito isto só como exemplo da ou das razões que fazem com que a Crisma que deveria ser o Sacramento da transmissão da responsabilidade e do prazer da fé a estes neo-jovens é, muitas vezes, feito por tradição ou por obrigação, sem sentido nenhum.
Felipe M. Padilha
Baseado em "O Divino no Jovem" de Pe. Hilário Dick
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