Ele é o Cristo Rei dos Judeus - o Servo Sofredor

I leitura (Is 50,4-7): A missão do Servo Sofredor

Estamos diante de um texto do Segundo Isaías. O trecho é chamado de "terceiro poema do Servo de Javé". Ao lermos qualquer um desses poemas de Isaías, surge logo a mesma pergunta feita pelo eunuco a Filipe: "De quem o profeta está falando: de si mesmo ou de outro?" (At 8,34). Não é fácil saber se se trata do povo de Israel, ou de uma pessoa que se sacrifica pelo povo ou do futuro messias.  Segundo os autores do Novo Testamento, esse ideal encontrou perfeita realização em Jesus. O Servo, para não trair o conteúdo da mensagem, dá as costas aos que o torturam (= não oferece resistência); toma a iniciativa de oferecer a face aos que lhe arrancam os fios da barba (sinal de grande humilhação); não esconde o rosto à ofensa maior: injúrias e escarros. O rosto manifesta os sentimentos e desejos de uma pessoa.

Paixão de Jesus Cristo segundo Mateus (27, 11-54):

Jesus é o Filho de Deus. Como rei descendente de Davi (Sl 2, 7), ele é também proclamado pelo próprio Deus Filho de Deus (3, 17) e agora diante da cruz: “De fato, ele era mesmo Filho de Deus” (27, 54). Este reconhecimento é acompanhado pelos elementos naturais (cortina do templo rasgada, terremoto, ressurreição e aparição de pessoas santas).

O rei pacífico. Desde o nascimento, Jesus é um rei pacífico, a diferença de Herodes que queria matá-lo. Ele se declarou manso e humilde de coração (11,29) e entrou em Jerusalém montado num jumento para demonstrar sua mansidão (21,5). Ele poderia pedir que o Pai enviasse em defesa mais de doze legiões de anjos (26,53), mas pede ao contrario que Pedro não use a espada (26,53).

O novo Cordeiro pascal. Jesus celebra a ultima Ceia no contexto da Páscoa judaica e nessa festa o cordeiro a ser consumido ocupava lugar de destaque

Fidelidade de Jesus aos seus. Jesus sabe que vai ser traído por um discípulo e abandonado pelos outros. Mostra assim a plena gratuidade do seu dom, sendo fiel aos discípulos até o fim: marca um novo encontro na Galiléia (16, 32)  Aí Jesus reunirá novamente os discípulos para continuar a sua missão.

II leitura (Fl 2,6-11): O Evangelho de Jesus Cristo

Ao escrever aos Filipenses, Paulo está preso em Éfeso. O hino de Filipenses 2,6-11 tem dois movimentos. O primeiro é de cima para baixo, e fala do esvaziamento de Jesus. É como uma escada com vários degraus: Jesus não se apegou à sua igualdade com Deus, esvaziou-se, tornou-se servo, semelhante aos homens, humilhou-se, fez-se obediente até a morte de cruz. O sujeito dessas ações é o próprio Jesus que, consciente e livremente, despoja-se de tudo. Seu lugar social é junto aos escravos, sem privilégios, marginalizados e condenados. Desceu no poço mais profundo da miséria e solidão humanas.

Para Refletir

- Aclamo Jesus como o Senhor da minha vida?

            - Reconheço Jesus como o Servo Sofredor?

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